sábado, 18 de setembro de 2010

6 + passos

Não faço silêncios...
Abuso da ausência da água misturada
Liberto meus medos
Na cadência da tua linha vertebrada.

Respeito a loucura de quem grita mais
Não rivalizo paranóia de parabólicas
Concordo e digo que pássaros são agentes federais...
Estamos à mercê de suas crises de cólicas.

Não faço pausas...
O pensamento hiperativo não permite
Invento causas
Para explicar o pavio da possível dinamite.

Temo o controle do incontrolável da mira
Não vou igualar o menos e o mais para agradar
Obedeço os mandos da incoveniente ira
Tomo jeito quando é necessário vedar.

Não faço promessas altas
A vida não me permite tal heresia
Cumpro sem avisar
Comemoro com verborragia.

Considero a extravagância de quem faz inimigos
Não tenho nenhum que me faça lembrar
Permaneço na escuta dos assuntos antigos
Não impeço a vontade alheia de sangrar.

3 comentários:

  1. seis passos num caminho.
    Poema que traz contrapontos (e eu sou fã de contrapontos), da pura passividade de olhar, ironicamente, a jugular estirpada do outro.
    "Não rivalizo paranóia de parabólicas"
    um possível título dos seis passos e, com um sétimo: "sete palmos não me separam dos seis passos que dei até aqui"
    Um tanto lúgubre?
    rs
    Bom ler um poema seu de novo Tita

    abraços

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  2. Sempre inspirada,Letícia! Linda poesia!um beijo,tudo de bom,chica e bom feriado!

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  3. Talvez o grande segredo da vida seja esse: Cumprir as promessas que não prometemos cumprir. Que só confidenciamos ao vento, ao silêncio...

    Lindo Lê!

    Beijos e obrigada por passar pelo blog e deixar palavras tão meigas!


    beijos

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