sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Lamento
Lamento a morte bruta dos traços
O corte intempestivo da certeza
Eu vi ladeira beirando o fracasso
A margem foi tombada pela correnteza.
Aceita os pêsames pela candura exacerbada
Sorriso tenso funciona para enganação
A tua sina anda em frangalho bêbada
Bêbada do fel, reza para outra encarnação.
Meus sentimentos pelas letras marginais
Pois não sinto tanto, quanto o cinto aperta
Volta para a lua e os quarenta florais
Permanece imóvel, como móvel e nem tenta.
Condolências ao parágrafo que fugiu
Morte imatura de criação impera
Eu li dezenas de sílabas e o risco sucumbiu
Rasguei tuas alcunhas só falta jogar a terra.
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Nossa,
ResponderExcluiro poema mais forte que já li há tempos. Estruturado com solidez e tema bem trabalhado.
Palavras cruas na crueza da pá de cal.
'Sorriso tenso funciona para enganação'
ResponderExcluir...isso pra mim hj, diz tudo. Tudo.
Belo e necessário esse poema.
Beijo!
O páragrafo que fugiu sacrificou-se em nome do parágrafo a seguir...que belo ficou.
ResponderExcluirEsse é daqueles poemas que lemos em voz alta, com um tom mais grave e esperando para o golpe final.
ResponderExcluirMuito bom!