domingo, 12 de dezembro de 2010

28./2

Se tu sabes que fere a ternura
Quando respiras em latim, cala...
Faça-te menos abuse da censura
Enrole sua palavra em papel de bala.

Desfile em pontas desenhadas nos cascalhos
Mesmo que te custe a sola em sangue
...Cabeça intacta e pés em frangalhos
Olhos em chamas-Não desista- Ande.

Seja soberano acima de humano
Repita o mantra em fase estomacal
Porte-se como um liso veneziano
Prenda a respiração do grito abdominal.

Aponte o dedo mais rápido que a vontade
Linche os pensamentos e desejos alheios
Exiba de forma habilidosa toda sua agressividade
...Enrole-se na corda em seus rodeios.

Mostre-se digno do que colhe
Empunhe sua falta de ideia em benefício do nada
... Se alguém reclamar, ignore...
Continue utilizando sua fórmula mágica.

Finja felicidade em meio a maldade
Destrua sua possibilidade de tristeza
Se alguém cobrar, você foi abduzido por amenidades
Continue refém de sua própria pobreza.

Não mude uma linha de sua condição
Engane os sonhos de outrora
Sua carga de erros estão em eterna inflação
Drible a parte de dentro, mire na aurora.





* Essa poesia faz parte do meu novo livro ;) 

4 comentários:

  1. Sempre leio teus poemas, desde aquele livro que fez várias viagens, Letícia e vejo que a evolução se faz presente neles.
    Gosto muito

    Beijo.

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  2. Maravilhosa poesia e mirar na aurora. sonhar é lindo! beijos, ótima semana,chica

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  3. Oh meu Deus, quando eu crescer quero escrever assim como tu!! Estes dois últimos trechos tu deve ter escrito para alguém em condições iguais as minhas, só pode...nossa, chegou a arrepeiar, acredita?

    Beijos n'alma, poet'amiga!

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  4. Meus sais, Tita! Teus poemas estão cada vez melhores, certeiros, ousados e sobretudo plausíveis e deliciosos de se ler.

    Estás arrasando, menina! rsrs
    Estou esperando o livro novo.

    Ah, parabéns pelo niver de casamnto de teus pais.

    super beijo da amiga e fã Lu Cavichioli

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