quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Bula, a resenha

Ficou pronta a resenha do meu livro e depois de ler cada palavra eu lembrei porque gosto de transformar em livros o que escrevo: eu "mato" o assunto e escrevo nada ou escrevo pouco sobre ele depois.  Meu segundo livro vai ter nada do primeiro ou muito pouco do primeiro... 
E daí que alguns perguntam de estilo e eu sigo a linha Quintana de pensar: " 
O estilo é uma dificuldade de expressão. " Não sou o tipo de pessoa que vá contemplar a lua para escrever e nem chorar as mazelas pessoais nos poemas. Busco a primeira pessoa como Augusto dos Anjos e a sensação Hist na leitura. 


E ficou pronta a resenha do meu livro, a emoção foi a mesma de quando recebi a orelha assinada pela Glória Diógenes  



 Abaixo resenha literária feita por Andrea Lúcia Barros, escritora e crítica literária:





"Resenhar um livro de poesia é uma tarefa árdua. Não pelo formato em si, mas porque interpretar a alma do poeta é algo ingrato. Entretanto, Numérica, livro de Letícia Coelho, é tão denso e conciso que o leitor absorve as palavras. Essa é justamente a sua maior virtude, a clareza. A capacidade de narrar em versos está em suas veias.


A sutileza com que a poetisa transfere para o papel seus sentimentos chega a furar a folha tal qual uma flechada no coração do leitor. Fere. Contudo, ela também tem nas mãos a suavidade para pincelar o amor. A leveza também é substituída pelo sarcasmo e ironia. Letícia tem o dom de mudar seus poemas e colocar nas palavras a fúria ou insatisfação que lhe inferem. Um toque de acidez nunca faz mal, principalmente quando se fala em versos. 


Algo interessante e intrigante é o título que cada poema de Numérica recebe, não nomes convencionais, mas números. Aliás, esse é um diferencial que torna cada poema atraente. Afinal, se o leitor ler o seguinte 50. (53-12=41) {41+9} ficará interessado em saber o conteúdo dos versos? Confesso que fiquei. Li um a um com a ansiedade de um leitor iniciante. 


Porém, a poetisa comete a audácia de deixar muitos dos poemas sem um nome. O leitor vira a página e se depara com o primeiro verso. Assim, simples e direto. É justamente aí que está o contraponto do livro. A simplicidade toma o lugar da complexidade e juntos formam essas páginas, cujos versos são lindos ou odiosos; penetrantes ou impenetráveis, duvidosos ou incertos. 


Como um camaleão, por meio da escrita, Letícia Coelho torna-se muitas poetisas. Um animal em transformação constante, sofrendo de mutação a cada palavra escrita. Talvez esse seja o segredo do primoroso Numérica. Um livro para ser lido com intensidade e calma, atenção e compreensão. Há muito a literatura vem precisando de poetas que ousem como Letícia tem feito. "

2 comentários:

  1. A resenha foi em cheio: poetas são camaleões!
    E a tua poesia, da qual sou fã, representa essas tantas que somos e podemos ser!

    Parabéns, amora!
    Tu mereces!

    Beijos

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  2. Sofri pra ter o teu primeiro, agora acho que, depois da experiência q adquirimos, será moleza.
    Pela resenha, nem precisamos falar nada...

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