sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quem disse?



Quem disse que é belo?
...Só porque te apeteces céu de lua glaçada
Estrelas que parecem açucaradas
Cravou nome no rabelo...
E as fases andam sempre destrambelhadas. 

[O que penso, ó cidadão
É coisa vencida...
Que fica melhor bem presa na língua,
Para não precisar lavar a alma com sabão
Isso eu passo...
Tal ferro em brasa sem água de vapor
Que desenha a roupa tipo braille,
Para não ferir o ego encantador.]

Quem disse que é mentira? 
...Só porque te apeteces elogio encantado
Conta-gotas de afagos "iluminado"
Teu céu de brilho necessita garantia
Para continuar no enganoso embalo. 

[O que vejo, ó criatura
É coisa mixuruca...
Que fica melhor presa no olho,
Para não precisar arrancar a textura
Isso eu consumo...
Tal grito impertinente na fila
Que quebra a loucura do pé no sapato apertado
Para continuar mantendo a ilha.]

Quem disse que é solidão?
...Só porque te apeteces destratar aos montes
Na corda todos andam para estibordo
Ausente em tua aptidão
Expulsou inclusive o "transbordo". 

[O que sei, ó vivente
É coisa pouca...
Que fica melhor sem definição,
Para não precisar destruir o dicionário
É o rumo...
Tal qual limbo enfeitado de quase
Que não chega a ser destruição
Para quem sabe, das migalhas, se crie um "renasce".] 


*Imagem David Nobrega

3 comentários:

  1. Das migalhas, um "renasce"... somos todos fênix?

    ResponderExcluir
  2. Eu sou uma eterna fênix. Nasço e renasço todos os dias um cadim. E este poema tem partes de mim, na alma.
    Perfeito!

    ResponderExcluir