sexta-feira, 1 de outubro de 2010
26. (24 +2 = )
Eu li dezenas de rios
Sofri de um longo alagamento
Boiei em um lago de choro
Matei a nuvem para acabar com o desgosto.
Eu sei do vento...
Daquele que muda tudo de lugar
Pois vento não leva nada,
A não ser que se deixe levar.
Eu conheço o rumo
Da boca que grita desatino
E como coral me aprumo
Atendendo o pecado do delírio.
Eu vesti poesia
Doei sangue em cada letra
Bebi veneno e cuspi toda a azia
- Te embriaga no meu jeito - Me soletra.
Eu pari meus defeitos
Cataloguei a ignorância
Enviei carta a todos carniceiros
Senti o melado da arrogância.
Eu sorri dos soluços
Matei os parênteses dos segredos
E da língua só mudei o curso
Tudo igual-Mesma linha-Todos enredos.
*Imagem David Nobrega
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Boa noite, permita-me...
ResponderExcluirAssentei-me em uma pedra à margem do riacho e esvaziei as mágoas, saboreei na sola dos pés uma emoção que só uma mulher pode me dar e ela se chama água.
Muito bela a tua poesia, parabéns! Obrigado!
Paz ao teu coração e seja feliz!
Dê um abraço no seu esposo e sejam felizes!
Belo!
ResponderExcluirAcho que não me lembro de ter lido um poema com tanto ritmo e embalo. Vejo umas pessoas se confessando poeta. E vejo tb que a poesia exirge muito mais que o casamento de certas palavras. A poesia precisa é do valseio que embala a festa toda.
ResponderExcluirUm beijo!
Sua fã.
Lindos versos que me chegam líquidos,
ResponderExcluirfrutos de sentimento-vivo,
por sua vez, sólidos...
E bendito seja o vento,
a propagar a poesia!
Belíssimo, Letícia!
Beijos, Moni
Sabe quando você lê e sente? Então, eu li e senti, cada frase, cada rima, cada verbo.
ResponderExcluirIsso, é poesia viva!
Lindo, da cabeça até o fim!
Beijo!!
Ah, Lê, quanto tempo não devoro tua intensidade mas quando decido fazê-lo, é incrível como suas palavras se encaixam em diversos momentos da minha vida! Você é LINDA :D
ResponderExcluirBeijos com carinhos
Anny