Da criação
I.
Porque não me interessa o nome,
A marca...
Gado marcado no lombo não encanta
Nem dá samba
[Petrificação
Porque nem tudo é coca-cola
Quase sempre moda,
Daí eu viro as costas
...Não tenho pelagem à disposição.
II.
As disposições são contrárias ao visto
Me faço transparente quando vejo:
Guerra de azul ou vermelho
É... Eu não grito para fazer coreto
Não meço torturas na balança
Tão pouco ligo para o zunido
Sigo,
Estapeando minha própria mania
Gritando Foda-se...
Para que grampeia epifanias.
Da Epifania
III.
Deslocada me encontro
Porque divino... é o De Moraes
Não acredito só no ponto
Porque sei que nada é simples,
Besteira ouço sem pagar
E não...
Não vem tentar catalogar
Nem com sorriso,
Nem com lágrimas
Eu saco meu caderno H de bolso...
Mente se ocupa de literatura,
Não daquilo que tu insistes em apregoar.
IV.
Qualquer coisa mais gritada que ouvida...
É pregação,
Evito estar nos rebanhos,
Mesmo que mascarados de boas intenções
E o inferno deve estar de saco cheio...
É muita conspiração
[Vejam bem, segundos e terceiros...
Não chega chutando a minha porta
Nem fazendo interpretação torta...]
O que Dante descreveu era pura ficção,
Inferno bom é o da gula dos poetas
Esses bebedores compulsivos de paixões.
Da paixão
V.
Dos Anjos tinha o poder do lápis
Escreveu sobre a drástica paixão
Sem o lado meigo que pesca,
Era, sim... O que ferve e traz repulsa...
Sangue amigos! Símbolo de lutas, morte,
a tua divindade, vinho de padre,
Renascimento, paixão, amor e por que não...
Menstruação e fertilidade!
Osso puro... A carne!
VI.
Nasce o novo ditador do carimbo,
Estão tentando marcar a carne...
O rótulo pode ser bonito...
Mas não tem charme,
... Acabaram com ele: o charme...
Lembro da taça de Hist,
Aí sim o encanto de quem canta a linha,
Quem sabe pegar a pata do cavalo.
E a repetição continua
Avisto a matilha...
Melhor fugir dos de quatro patas
A gritar com os de duas:
Lobos surdos que involuíram para burros,
Baixo a orelha,
Porque meu pasto é mais salgado.
Do pasto
VII.
Local sagrado do mato
Antagonismo de boca aberta e fechada,
Mudez da palavra...
Fervura do que vai dizer
E se não disse-que-ouvia
Muge criatura que teu uivo é muito ralo,
Ou levanta para variar...
Quem sabe andar?
Cantar? Hablar a língua já falada
Mantra de vida cagada:
O que vale mais é o todo não as partes...
Fere felina, seja envenenada
Boca miúda e fica brava,
Tira a máscara!
VIII.
Máscaras de papel toalha
Dissolvem com a chuva...
Você não precisa ser de açúcar
Basta respirar...
Ela se desfaz
Nem precisa de oração,
Fim do papo,
Raspa do tacho
Constatação:
Se não entende da linha, nem tenta a rima...
Local impróprio para cérebros em egolização.
Eu li. Mas juro, não consigo comentar.
ResponderExcluirTá além de qualquer coisa que eu possa dizer!
Aff!
uh lá lá, acordou do limbo com as palavras afiadas, hem? Lindo demais. =D
ResponderExcluirQue poema, Letícia, gostei deste estilo, reacionário em ti.
ResponderExcluirAbraço